Nem sempre lembrada, a construção civil é responsável por aproximadamente 38% de todas as emissões de dióxido de carbono no mundo, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU). O uso excessivo de cimento, por exemplo, pode causar danos significativos ao meio ambiente e à sociedade a longo prazo, incluindo degradação do solo e geração de resíduos tóxicos.

Diante desse cenário, o setor tem se movimentado em direção à sustentabilidade, adotando práticas de construção sustentável. Estas edificações são baseadas em metodologias menos poluentes, em equilíbrio com o meio ambiente. Em 2023, o Brasil foi classificado como o quarto país no ranking mundial de construções sustentáveis, conforme o U.S. Green Building Council (USGBC).

O foco desses projetos é construir, minimizando os impactos ambientais e priorizando a sustentabilidade em todas as etapas, desde a construção até a operação efetiva, permitindo que o edifício seja sustentável ao longo de sua vida útil.

Esse processo envolve a escolha cuidadosa do terreno, o uso de materiais sustentáveis, a gestão eficiente de água e energia, a maximização da iluminação e ventilação naturais, a gestão de resíduos com ênfase na reciclagem e reaproveitamento, bem como o conforto térmico e acústico, e a redução da emissão de poluentes gasosos.

Dentre os fatores considerados em uma construção sustentável está a avaliação das características naturais do terreno, especialmente em relação ao solo. Preservar as áreas verdes na região e evitar ações prejudiciais ao local são imperativos.

O uso de materiais sustentáveis é crucial, e, com a ascensão da agenda ESG, diversos produtos eco-friendly, como tijolos ecológicos, bioconcreto e telhados ecológicos, tornam-se opções viáveis. A integração de energias renováveis durante o funcionamento do edifício é também uma prática benéfica.

Especialistas defendem que o conceito de sustentabilidade seja incorporado à estética do imóvel, possibilitando que ele seja ambientalmente consciente durante todo o seu uso. Nesse sentido, a escolha de tintas ecológicas é uma alternativa.

Além de beneficiar o meio ambiente, as construções sustentáveis também apresentam vantagens financeiras. Com a evolução do mercado, considerar o fator ambiental nas decisões de negócio tornou-se um diferencial competitivo, agregando valor às construções.

Outro impulsionador do valor de mercado é a ênfase na gestão inteligente de água e energia, tornando essas construções atraentes para quem busca conforto e economia nas despesas domésticas. A redução de custos não é apenas vantajosa para o consumidor final, mas também para as construtoras, que podem economizar durante o desenvolvimento do projeto, uma vez que as construções sustentáveis visam reduzir desperdícios por meio de processos mais controlados e planejados nos canteiros de obras.

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