Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o setor de construção no Brasil cresceu 3,5% no segundo trimestre de 2024. Este resultado chama atenção frente ao aumento de 1,4% do PIB nacional, que já superou as projeções de 0,9% feitas por analistas econômicos.

Após um início de ano mais lento, a construção civil ganhou impulso, sustentada por fatores como a retomada do mercado de trabalho, as novas condições do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e uma discreta queda na taxa de juros. O dinamismo do mercado imobiliário e a criação de novas vagas no setor também foram determinantes para o desempenho positivo registrado.

Avanços e Contribuições

No acumulado do semestre, o setor apresentou alta de 3,3% em relação ao mesmo período de 2023, superando o crescimento geral da economia (2,9%). A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) ajustou sua previsão de crescimento do PIB do setor para 3,0%, contra os 2,3% iniciais.

O mercado de trabalho também mostrou força, com 200.182 novos postos formais criados até julho, um aumento de 2,86% sobre o ano anterior. A Construção de Edifícios e os Serviços Especializados lideraram a geração de empregos, enquanto as Obras de Infraestrutura registraram queda, reflexo do término de projetos e do impacto eleitoral.

No mercado imobiliário, os lançamentos de novos imóveis subiram 5,7%, e as vendas aumentaram 15,2% no primeiro semestre. O Programa Minha Casa, Minha Vida, em particular, teve papel crucial, com avanços expressivos tanto nos lançamentos (65,9%) quanto nas vendas (37,4%).

Desafios e Perspectivas

Apesar do cenário otimista, o setor enfrenta desafios. Ainda está 14,98% abaixo do pico alcançado no primeiro trimestre de 2014 e lida com questões como custo elevado, falta de mão de obra qualificada e a necessidade de reformas tributárias. A confiança dos empresários, no entanto, permanece alta, sugerindo expectativas de crescimento contínuo.

Com iniciativas como a reconstrução de áreas afetadas no Rio Grande do Sul e a manutenção de políticas econômicas favoráveis, o setor segue como peça-chave para o avanço da economia brasileira nos próximos meses.

C
D